A derrocada do PSDB: partido banca a violência de Datena e escolhe o caminho da vergonha e do esquecimento

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), outrora uma potência política que governou o Brasil e dominou São Paulo por décadas, enfrenta agora seu momento mais crítico. As pesquisas de intenção de voto para as eleições municipais de 2024 pintam um quadro desolador para os tucanos, com a possibilidade real de não elegerem nenhum prefeito nas capitais brasileiras pela primeira vez em sua história.

O declínio em números

O PSDB, fundado em 1988, teve uma ascensão meteórica na política brasileira. Confira a evolução do número de prefeituras de capitais conquistadas pelo partido ao longo dos anos:

1988: 1
1992: 6
1996: 4
2000: 4
2004: 5
2008: 4
2012: 4
2016: 7
2020: 4
2024: Possibilidade de zero.

Este declínio não se limita apenas às capitais. O partido reduziu drasticamente o número total de prefeituras sob seu comando, caindo de 803 em 2016 para 521 em 2020.

A derrocada em São Paulo

São Paulo, berço e bastião do PSDB por 24 anos, é o símbolo mais evidente da crise tucana. Na eleição para a prefeitura da capital em 2024, o partido apostou no apresentador José Luiz Datena, que aparece em quinto lugar nas pesquisas com apenas 7% das intenções de voto.

A situação é ainda mais grave na Câmara Municipal, onde todos os nove vereadores tucanos se desfiliaram do partido após a decisão de lançar Datena, rejeitando uma aliança com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

As raízes da crise

O declínio do PSDB tem múltiplas causas, mas a gestão controversa de João Doria na prefeitura de São Paulo entre 2017 e 2018 é frequentemente apontada como um ponto de inflexão. Doria, que se apresentou como um outsider político, deixou a prefeitura com baixos índices de aprovação.

Um levantamento da Rede Nossa São Paulo mostrou que, no primeiro ano da gestão Doria, mais da metade das metas do Programa de Metas 2017-2020 não apresentou resultados positivos.

A aposta teimosa e desastrosa em Datena

A escolha de José Luiz Datena como candidato à Prefeitura de São Paulo simboliza o desespero do partido. O apresentador, conhecido por seu estilo polêmico, protagonizou cenas lamentáveis durante a campanha, incluindo uma agressão física a Pablo Marçal durante um debate televisionado.

Esse episódio, longe de prejudicar Datena, parece ter sido celebrado pela cúpula do partido como uma possível estratégia para ganhar votos. O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, chegou a defender o apresentador e reforçar que a candidatura dele está mantida.

O futuro incerto

O PSDB se encontra em uma encruzilhada histórica. Será possível para o partido que já governou o Brasil e dominou a política paulista por décadas ressurgir das cinzas e recuperar seu protagonismo? Ou estamos testemunhando o fim de uma era na política brasileira, com o PSDB fadado a se tornar uma força marginal no cenário nacional?

A resposta a essa pergunta não apenas definirá o futuro dos tucanos, mas também poderá reconfigurar todo o espectro político brasileiro nos próximos anos. O que é certo é que o PSDB de 2024 é apenas uma sombra do gigante político que já foi, e sua recuperação, se possível, exigirá uma profunda reinvenção e reconexão com o eleitorado brasileiro.