A Via (VIIA3), dona das Casas Bahia, definiu o pagamento de até R$ 105 milhões a diretores e conselheiros para o exercício social deste ano. A quantia é 35% superior à remuneração de R$ 77,83 milhões acordada no ano passado. O aumento em relação ao ano anterior foi aprovado em assembleia geral extraordinária, mesmo com a piora contábil do balanço da empresa.
Nos últimos 12 meses findos em março (data dos últimos dados divulgados), a Via teve prejuízo líquido de R$ 459 milhões, impactado por provisões por despesas trabalhistas, contra R$ 1,17 bilhão dos 12 meses findos em março de 2021. Na bolsa, as ações da Via acumulam 83% de queda em relação ao mesmo período do ano passado.
A maior remuneração acordada, de R$ 96,1 milhões, foi reservada aos cargos de diretoria estatuária, composta por cinco integrantes, tendo entre eles Roberto Fulcherberguer, presidente da Via, e outros quatro vice-presidentes. Os R$ 8,9 milhões restantes serão destinados aos membros do Conselho de Administração.
A assembleia geral que definiu a remuneração aos executivos teve a participação de somente 35% do capital da empresa, sendo que dos presentes, apenas 67% votaram a favor. Ou seja, a remuneração teve anuência de menos de 25% do capital da Via.
A parcela destinada aos diretores será divida em remuneração fixa (9,6%), variável (37,8%) e baseada em ações (52,5%). O maior valor pago pela Via em 2021 a um diretor foi de R$21,4 milhões, enquanto a remuneração média da diretoria estatuária ficou em R$ 11,4 milhões.
Fonte: Exame