Em uma das eleições mais polarizadas da história americana, Donald Trump, 78 anos, conquistou uma vitória histórica nesta quarta-feira (6) em Palm Beach, Flórida, derrotando a vice-presidente Kamala Harris e garantindo seu retorno à presidência dos Estados Unidos. Trump se tornará o 47º presidente dos EUA, sendo também o 45º, uma vez que serviu anteriormente como presidente entre 2017 e 2021.
Esta vitória o torna apenas o segundo presidente na história americana a conquistar dois mandatos não consecutivos, um feito que não ocorria desde Grover Cleveland no final do século XIX. Trump deixou a Casa Branca em 2021 após perder para Joe Biden, e agora retorna ao poder após uma campanha marcada por controvérsias e desafios sem precedentes.
A Vitória em Números
Em uma demonstração impressionante de força eleitoral, Trump conquistou 277 votos no Colégio Eleitoral contra 224 de Harris, superando a marca necessária de 270 votos. No voto popular, Trump alcançou 70.952.259 votos (51%) contra 66.046.171 (47,5%) de Harris, uma diferença de mais de 4,9 milhões de votos.
Estados Decisivos:
A vitória se consolidou com conquistas cruciais em estados tradicionalmente disputados:
- Flórida com 56,1% dos votos (6.099.686 votos)
- Pensilvânia com 50,8% (3.434.001 votos)
- Georgia com 50,8% (2.651.206 votos)
- Michigan com 50,1% (2.749.118 votos)
- Wisconsin com 49,8% (1.686.537 votos)
Surpresas em Território Democrata:
Trump conseguiu vitórias expressivas em estados considerados baluartes democratas, como:
- Nevada com 51,5% dos votos
- Arizona com 51,9%
- Parte significativa do cinturão industrial do meio-oeste
Apoio Demográfico Surpreendente:
Contrariando as expectativas da mídia tradicional, Trump expandiu sua base de apoio:
- 20% do voto negro, um aumento de 8 pontos em relação a 2020
- Crescimento significativo entre eleitores latinos
- Forte apoio entre jovens, com mais de 40% dos votos de eleitores com menos de 30 anos
Vitória Histórica nos Estados Conservadores:
Em estados tradicionalmente republicanos, Trump alcançou margens impressionantes:
- Wyoming com 72,3%
- West Virginia com 70,2%
- North Dakota com 67,5%
- Idaho com 66,5%
Esta vitória demonstrou uma resiliência notável diante de uma oposição ferrenha da mídia tradicional, celebridades e ativistas progressistas, consolidando um realinhamento significativo do mapa eleitoral americano e estabelecendo novos padrões de comportamento eleitoral entre grupos demográficos tradicionalmente democratas.
O Discurso do Retorno
Em seu discurso da vitória em Palm Beach, Trump prometeu uma “era dourada para a América” e declarou que ajudará o país a se curar. “Temos um país que precisa de ajuda, e precisa muito. Vamos consertar nossas fronteiras. Vamos consertar tudo sobre nosso país“.
Reações Internacionais
O presidente argentino Javier Milei demonstrou entusiasmo, enviando uma mensagem calorosa incentivando Trump a “Make America Great Again”. Em contraste direto, o presidente Lula enfrentou um momento delicado: apenas cinco dias antes havia declarado que Trump representava “o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara“, e manifestado apoio explícito a Kamala Harris.
Lula muda de tom
Apesar das críticas anteriores, Lula precisou recalibrar sua posição, enviando uma mensagem diplomática parabenizando Trump e enfatizando que “a democracia é a voz do povo e deve ser sempre respeitada”.
Reações Europeias Divididas
- Viktor Orban (Hungria): Celebrou como “o maior retorno da história política dos EUA”
- Emmanuel Macron (França): Adotou tom cauteloso, enfatizando diálogo
- Geert Wilders (Holanda): Demonstrou entusiasmo com mensagem em maiúsculas
Posicionamentos Estratégicos
- Ucrânia: Zelenskyy demonstrou otimismo moderado, focando na paz regional
- China: Manteve postura diplomática, enfatizando respeito mútuo
- Rússia: Kremlin adotou abordagem cautelosa, sem congratulações imediatas
Impactos Imediatos
Os mercados financeiros reagiram com volatilidade, enquanto aliados internacionais se preparam para uma possível mudança radical na política externa americana. Trump prometeu resolver o conflito na Ucrânia em um dia e implementar a maior operação de deportação da história dos EUA.
O Partido Republicano também conquistou o controle do Senado, fortalecendo ainda mais a posição de Trump. Esta vitória representa não apenas um retorno político sem precedentes, mas também sinaliza uma mudança fundamental no panorama político americano e global.
A Derrota do Establishment: Quando a Mídia e Hollywood Perderam sua Influência
Em uma demonstração clara de que o poder de influência da mídia tradicional e das celebridades diminuiu drasticamente, o eleitorado americano ignorou a massiva campanha contra Trump e o elegeu com uma margem expressiva de mais de 4,9 milhões de votos populares.
A Campanha Anti-Trump
Durante toda a eleição, Trump enfrentou uma cobertura predominantemente negativa dos principais veículos de comunicação. A mobilização da mídia foi sem precedentes, com canais como CNN, MSNBC e grandes jornais dedicando 24 horas de cobertura em tom crítico ao candidato republicano.
Hollywood em Pânico
O establishment cultural de Hollywood, que historicamente exercia forte influência nas eleições americanas, viu seu poder de persuasão desmoronar. Dezenas de celebridades fizeram campanha aberta contra Trump, mas suas manifestações parecem ter tido efeito contrário ao desejado, fortalecendo a narrativa do candidato republicano sobre a existência de uma “elite cultural desconectada”.