Washington, EUA – 30 de novembro de 2024 – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou drasticamente as tensões com o bloco dos BRICS ao ameaçar impor tarifas de 100% sobre produtos de todos os países membros caso avancem com planos de criar uma moeda alternativa ao dólar. A declaração foi feita através de sua rede social Truth Social, em mais um episódio que evidencia a crescente disputa pela hegemonia monetária global.
Foi de Lula a ideia de lutar contra o dólar
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, revelou em entrevista à TV BRICS que a proposta de criar uma moeda alternativa ao dólar surgiu durante a XV Cúpula do BRICS, realizada em Sandton, Joanesburgo, entre 22 e 24 de agosto de 2023.
A proposta de Lula foi oficialmente incorporada na Declaração de Joanesburgo II, assinada em 23 de agosto de 2023. Desde então, uma equipe técnica composta por ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais dos países membros tem trabalhado no desenvolvimento deste sistema alternativo de pagamentos.
O aviso de TRUMP

“Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do BRICS nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano”,
Declarou Trump, acrescentando que os países que tentarem “devem dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana“.
A ameaça foi direcionada não apenas aos membros fundadores do bloco, mas também aos novos integrantes: Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. Esta postura agressiva se soma a uma série de outras ameaças tarifárias recentes de Trump, incluindo propostas de taxação de 25% sobre produtos do México e Canadá, além de um aumento de 10% nas tarifas sobre importações chinesas.
O poder econômico dos BRICS
O bloco dos BRICS representa uma força econômica significativa no cenário global. Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional, até 2027 esses países serão responsáveis por 33,9% do PIB mundial, superando o G7, que deverá representar 28,26%. Atualmente, os membros plenos do BRICS já respondem por 31,5% das riquezas mundiais e abrigam 45,2% da população global.