OAB afasta advogada Caroline Azeredo sob suspeita de negociar venda de decisões judiciais no gabinete de ministra do STJ

Brasília, Distrito Federal – 15 de dezembro de 2024 – A Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) determinou a suspensão temporária da carteira profissional da advogada Caroline Azeredo, investigada por supostamente integrar um esquema de comercialização de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Investigação e denúncia

A investigação teve início após denúncia feita pelo ex-namorado da advogada, Rodrigo de Alencastro, que relatou ter presenciado uma conversa comprometedora. Segundo ele, Caroline mencionou que utilizaria uma lista de processos do gabinete para influenciar decisões e comercializar essa influência para terceiros.

Um caso emblemático envolveu o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Wellington Luiz (MDB). O deputado confirmou em depoimento que recebeu, através de um intermediário, uma proposta em nome da advogada para pagar R$ 500 mil em troca de uma decisão favorável da ministra Nancy Andrighi. Após recusar a proposta, Luiz acabou tendo uma decisão desfavorável em seu processo.

Medidas disciplinares

O Tribunal de Ética da OAB-DF decidiu pela suspensão preventiva da carteira profissional de Caroline Azeredo por 90 dias. A medida, tomada em caráter liminar na terça-feira (5), permanecerá vigente enquanto o órgão avalia as suspeitas do suposto esquema.

A suspensão atual é temporária, porém existe a possibilidade de cassação definitiva do registro profissional caso seja comprovado o envolvimento da advogada no esquema investigado. O procedimento disciplinar está em andamento na OAB-DF para apurar possíveis infrações éticas que podem resultar na perda permanente da autorização para advogar.

Desdobramentos no STJ

A ministra Nancy Andrighi, cujo gabinete está no centro das investigações, negou qualquer participação em irregularidades e solicitou que seus assessores fossem investigados. A Polícia Federal está conduzindo as investigações sobre a suposta intermediação na compra de sentenças no gabinete da ministra.

O caso ganhou ainda mais relevância por envolver um dos principais tribunais superiores do país, levantando questionamentos sobre a integridade do sistema judicial brasileiro. A investigação continua em andamento, com a Polícia Federal apurando a extensão do suposto esquema e possíveis envolvidos.