Lexus para o “tribunal social”: TST gasta R$ 10,3 milhões em carros americanos para cada um dos 27 ministros

Brasília, DF – Enquanto milhões de brasileiros lutam para pagar contas básicas, enfrentar ônibus superlotados ou suportar metrôs caóticos, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu dar um banquete de privilégios a seus 27 ministros: comprou 30 sedãs Lexus ES 300h de luxo, cada um custando R$346,5 mil, totalizando R$10,39 milhões. Um desperdício obsceno de dinheiro público.

A decisão, formalizada em documento interno de 25 de agosto do ano passado, elevou a compra de 27 para 30 unidades e foi executada por uma concessionária na capital federal.

O modelo adquirido é o Lexus ES 300h

Esta farra veio à tona poucos dias depois da polêmica contratação de uma sala VIP no Aeroporto de Brasília, avaliada em R$1,5 milhão por dois anos. Serviço completo: atendimento personalizado, carro privativo até a aeronave, escoltas e mimos sob demanda – tudo pago com os impostos que você e eu pagamos. Enquanto isso, o TST justifica a frota supérflua alegando “normas do CNJ” e “regra interna” que classifica carros com mais de sete anos como “inservíveis”. Mas será que não seria mais honesto dizer: “Queremos viver como reis, e quem paga a conta é o povo”?

Em um país onde a desigualdade mata e o serviço público agoniza, esta escolha soa como um grito de desprezo à Justiça Social que o Judiciário tanto prega. Trinta Lexus para 27 ministros? Isso não é renovação de frota, é um manifesto de elitismo institucional descarado, embrulhado em discursos vazios de “imagem” e “estratégia”. Como se o prestígio de um tribunal dependesse de carros de luxo, e não da credibilidade que ele inspira na população.

O TST escolheu o carro de modelo mais caro entre os pesquisados

É impossível conciliar o discurso de “justiça para todos” com a prática de destinar milhões em sedãs de luxo, enquanto se reserva salas VIP com atendimento de mordomo. A mensagem implícita é clara: o conforto da casta judicial vale mais do que a legitimidade da própria Justiça.

Num momento de crise fiscal e desconfiança generalizada, este tipo de atitude não é só um erro – é um tiro no pé da democracia.