Delegada assassinada na Bahia: companheiro confessa que a matou e inventou sequestro falso

O Brasil foi surpreendido pela trágica notícia da morte da delegada pernambucana Patrícia Neves Jackes Aires, de 39 anos, ocorrida no domingo, 11 de agosto, no município de São Sebastião do Passé, na Bahia. O principal suspeito, Tancredo Neves Lacerda Feliciano de Arruda, de 26 anos, confessou o crime à polícia após inicialmente alegar que ambos haviam sido vítimas de um sequestro.

Tancredo prestou depoimento na segunda-feira, 12 de agosto, onde admitiu ter inventado a versão do sequestro. Segundo ele, o ato de enrolar o cinto de segurança no pescoço da delegada foi uma tentativa de se defender durante uma discussão acalorada entre o casal. Patrícia, que atuava como plantonista na delegacia de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, teve sua vida abruptamente interrompida, deixando para trás uma filha de apenas sete anos.

Tancredo Neves confessa o crime

Os Detalhes da Tragédia

De acordo com o depoimento de Tancredo, o casal havia saído para beber em Santo Antônio de Jesus, quando Patrícia teria ficado alcoolizada e decidido viajar para Salvador. No caminho, pararam na BR-101, próximo à cidade de Sapeaçu, onde, durante uma discussão, Tancredo teria sugerido que repensassem a relação. Ele alegou que a delegada perdeu o controle, puxou o volante do carro, provocando uma colisão contra uma árvore.

A versão apresentada por Tancredo foi de que, após o acidente, a delegada começou a agredi-lo fisicamente, o que o levou a girar o cinto de segurança em torno de seu pescoço para se defender. Ainda segundo ele, não tinha intenção de matá-la, mas apenas de fazê-la parar as agressões. Quando percebeu que Patrícia estava desacordada, ele saiu do carro e chamou a polícia, sem perceber que a delegada já havia falecido.

Um Relacionamento Marcado por Violência

O relacionamento entre Tancredo e Patrícia, que durou cerca de quatro meses, foi marcado por episódios de violência desde o início. Tancredo chegou a ser preso em flagrante após agredir a delegada, chegando a quebrar um de seus dedos. No entanto, ele foi solto por decisão judicial a pedido da própria Patrícia, e o casal se reconciliou, vindo a noivar e casar posteriormente. O histórico de violência de Tancredo não se restringe a Patrícia; outras mulheres com quem ele se relacionou também o acusaram de agressão, acusações que ele nega.

A Comoção e as Consequências

O velório de Patrícia, realizado na Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus, foi marcado por profunda comoção. Colegas de trabalho, amigos e familiares se despediram da delegada, que era reconhecida por sua dedicação e profissionalismo. O corpo foi enterrado no Cemitério Parque das Flores, no Recife, na tarde desta terça-feira, 13 de agosto.

Enterro da delegada Patrícia Neves, no Recife.

O que realmente motivou o assassinato de Patrícia Jackes ainda é objeto de investigação, pois as várias versões do acusado são contraditórias e mentirosas. Mesmo tendo havido a confissão os trabalhos de apuração da verdade ainda continuam.