O cantor Ed Motta foi o centro de uma polêmica durante sua apresentação no festival Rock The Mountain, em Itaipava, Petrópolis-RJ, no último domingo (17/11). O artista de 53 anos decidiu interromper seu show para demitir publicamente um roadie de sua equipe, o que resultou em uma enxurrada de vaias e críticas nas redes sociais.
A confusão teve início quando o cantor interrompeu abruptamente sua performance devido a problemas técnicos de sonorização durante o show, que acontecia em um dos 11 palcos do evento.
Assédio moral ao vivo e com plateia?
Visivelmente alterado, Motta perdeu a compostura direcionou sua frustração ao roadie – profissional responsável pela pré-produção e equipamentos no palco. Em um momento de extrema tensão, ele não apenas xingou o funcionário de “filho da p*ta”, como também o demitiu publicamente, no microfone: “Você está fora, cara. Eu tinha falado que você ia ficar, mas este é o último show que você faz“.
A situação, que já era constrangedora, escalou ainda mais quando o funcionário tentou se aproximar para resolver a situação. Motta, mantendo sua postura hostil, repeliu o profissional com as palavras: “Sai de perto de mim, sai de perto“.
Público não gostou nada e reagiu com vaias
A atitude de Ed Motta provocou uma reação em cadeia entre os milhares de espectadores presentes no Rock The Mountain, festival que reuniu grandes nomes da música brasileira em seus 11 palcos em Itaipava. O público, que havia pago entre R$ 350 e R$ 990 pelos ingressos, manifestou imediatamente sua indignação com vaias sonoras que ecoaram por todo o evento.
A repercussão nas redes sociais foi ainda mais intensa. Uma jornalista presente no festival expressou seu choque no X (antigo Twitter): “Gente, apavorada com o Ed Motta demitindo o roadie no meio do show no Rock the Mountain, proibindo de chegar perto dele. Que cara grosseiro. Nunca vi isso”.
Pedido de desculpas não pareceu autêntico
Em resposta à polêmica, Ed Motta recorreu às redes sociais para tentar explicar sua conduta. O cantor alegou que os erros cometidos foram graves e comprometeram não apenas sua performance, mas também a da banda inteira. Em suas palavras: “Foram menos cuidadosos e profissionais comigo. Todos recebem o mesmo cachê“.
Após a repercussão negativa, o artista admitiu que deveria ter demonstrado maior “inteligência emocional” e pediu desculpas aos fãs presentes. Em tom irônico, mencionou que deveria ter “sangue de barata” diante dos problemas técnicos enfrentados.
Este episódio levanta questões importantes sobre ética profissional e respeito no ambiente de trabalho. Em um momento em que o debate sobre assédio moral e condições dignas de trabalho está em evidência, cabe questionar: até que ponto o status artístico justifica a exposição pública e humilhação de um profissional, independentemente de seus erros?
Histórico de Polêmicas
Ed Motta acumula uma extensa lista de controvérsias ao longo de sua carreira, marcada tanto por seu talento musical quanto por declarações polêmicas e comportamentos controversos. Em 2024, o artista já protagonizou dois episódios marcantes que geraram forte repercussão negativa.
Em junho deste ano, o cantor causou indignação ao declarar durante uma live no Instagram que “qualquer um que ouve hip hop é burro. Qualquer um, sem exceção“. Na ocasião, Motta ainda atacou o comediante Rafinha Bastos, chamando-o de “bobalhão” e “imbecil” por gostar do gênero musical, defendendo que apenas ouvintes de jazz e música clássica seriam “pessoas inteligentes”.
A declaração preconceituosa gerou forte reação da comunidade hip hop, incluindo artistas renomados como a sambista Leci Brandão, que declarou que “quem ataca hip-hop é elitista” e que “ouvir e fazer hip-hop é resistência”. Após a repercussão negativa, Motta foi forçado a se retratar publicamente.
Seu histórico de arrogância inclui outros episódios notórios, como em 2015, quando menosprezou fãs brasileiros durante uma turnê europeia, chamando-os de “simplórios” e “público de sertanejo, axé, pagode”. Na mesma ocasião, recusou-se a cantar seu próprio sucesso “Manuel”, alegando que seu show era “internacional”.