O Corinthians anunciou a contratação do atacante holandês Memphis Depay, em um acordo que pode superar os R$ 70 milhões em dois anos. No entanto, o clube paulista está se resguardando juridicamente para evitar um eventual calote da empresa de apostas Esportes da Sorte, que arcará com a maior parte dos custos do negócio.
Proposta irrecusável em meio a dificuldades financeiras
Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pelo Timão, que busca quitar dívidas e manter salários em dia, a diretoria vê a chegada de Depay como uma oportunidade de mercado viabilizada pelos R$ 57 milhões destinados pela patrocinadora máster para a contratação de um jogador midiático.
O contrato oferecido ao atacante de 30 anos, que defendeu grandes clubes europeus como Manchester United, Lyon, Barcelona e Atlético de Madrid, tem duração de duas temporadas e um valor total na casa dos R$ 60 milhões. Depay receberá um salário fixo de R$ 3 milhões mensais, o que o coloca como o 4º jogador mais bem pago das Américas, atrás apenas de Messi, Busquets e do italiano Insigne.
Reforço de peso para o setor ofensivo
Não restam dúvidas de que Depay, com passagens pela seleção holandesa em duas Copas do Mundo e protagonista na última Eurocopa, eleva consideravelmente o nível do ataque corintiano. O jogador é visto como a solução para a falta de efetividade do setor ofensivo, um dos que mais finaliza e menos converte na Série A.
O Alvinegro espera contar com o reforço já para o duelo contra o Fortaleza, pelas quartas de final da Sul-Americana, no dia 17 de setembro. A torcida está em polvorosa com a perspectiva de ver o craque holandês, que marcou 46 gols pela seleção de seu país, vestindo a camisa do Timão.
Temores de um novo escândalo financeiro
Entretanto, a euforia da torcida contrasta com a preocupação nos bastidores do clube. A Esportes da Sorte, responsável por bancar a maior parte do acordo milionário, foi alvo recente da Operação Integration da Polícia Civil de Pernambuco contra uma organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e jogos ilegais.
Embora o Corinthians ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre um possível bloqueio de contas da patrocinadora, nos bastidores o departamento jurídico já estuda medidas para evitar um calote que comprometa as finanças do clube. Uma cláusula com uma multa significativa foi incluída no contrato para se resguardar de um eventual inadimplemento.
Até que ponto vale a pena assumir riscos financeiros em nome de um reforço de impacto? O torcedor corintiano tem motivos para comemorar a chegada de uma estrela internacional ou temer os desdobramentos dessa negociação nebulosa? Só o tempo dirá se a aposta em Depay renderá frutos dentro de campo e se o clube conseguirá driblar mais essa ameaça fora dele.
Por ora, o Timão segue confiante no acerto, com a aprovação dos departamentos de marketing e financeiro e um plano de contingência caso o pior cenário se concretize.