Taxa das blusinhas se torna símbolo de engano do governo Lula, penalizando 14 milhões de consumidores e favorecendo varejistas milionários

A chamada “taxa das blusinhas”, que instituiu uma alíquota de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, consolidou-se como um fiasco monumental do governo Lula, não apenas expondo sua incompetência econômica, mas também revelando flagrante hipocrisia diante das promessas de proteção ao povo.

Vendida como medida para “proteger o comércio nacional” e “aumentar a arrecadação”, a política gerou receitas quatro vezes inferiores às projetadas, provocou retração acentuada no consumo, especialmente entre as classes mais pobres, e causou um rombo bilionário nas operações dos Correios, beneficiando exclusivamente um punhado de grandes varejistas nacionais com lucros inflados.

Um ano após sua implementação, em junho de 2024, os dados de 2025 não deixam margem para negacionistas econômicos: o fracasso é retumbante, com o governo já colhendo críticas até mesmo de dentro de suas próprias fileiras.

A ‘taxa das blusinhas’ foi um tiro pela culatra

A introdução da “taxa das blusinhas” epitomiza a trapalhada fiscal de Lula e Haddad, que tentou regular à força um mercado impulsionado pela globalização e pelo e-commerce: as compras internacionais de baixo valor.

A alíquota de 20% foi inserida na legislação como um “jabuti” em um projeto maior no Congresso, sem debate amplo ou análise de impacto real, sob o pretexto de gerar R$ 700 milhões mensais para equilibrar as contas públicas e blindar o varejo local da “concorrência desleal”. No entanto, a realidade desmascarou essa narrativa: a arrecadação média mensal mal chega a R$ 175,8 milhões, um quarto do esperado, conforme dados da Receita Federal divulgados em agosto de 2025.

Essa frustração não é isolada; relatórios indicam que a medida derrubou o consumo de 14 milhões de brasileiros, revelando uma subestimação grosseira da resistência popular e do aumento na evasão fiscal.

Enquanto países como os Estados Unidos e nações da América Latina adotam tarifas semelhantes, mas com mecanismos de equilíbrio como estímulos sociais ou isenções progressivas para baixa renda, o Brasil optou por uma abordagem crua e regressiva, sem qualquer rede de proteção. O resultado? Uma retração nas importações de pequeno valor ao menor patamar desde 2021, conforme análise da Folha de S.Paulo, agravando desigualdades em um momento em que o consumo doméstico já patina.

 Especialistas criticam a falta de visão integrada, apontando que a taxa não só falhou em arrecadar como incentivou estratégias de burla, como remessas fracionadas ou uso de plataformas alternativas, minando ainda mais a eficiência fiscal prometida pelo Ministério da Fazenda.

As vítimas invisíveis da taxação: o povo e os Correios

Os maiores perdedores dessa política tributária malograda são, ironicamente, aqueles que o governo Lula insiste em chamar de “seu povo”: as classes C, D e E, que dependiam do e-commerce internacional para acessar produtos até 50% mais baratos que os nacionais. Dados da CBN revelam que, após a taxação, o volume de compras nessas camadas despencou 35%, quase o triplo da queda registrada nas classes A e B (11%), expondo sem rodeios o caráter regressivo da medida e seu papel na ampliação da desigualdade.

A matemática é cruel para os pobres: com a alíquota de 20% somada ao ICMS médio de 17%, o custo final das importações atinge até 37%, eliminando a vantagem competitiva e forçando famílias de baixa renda a cortar itens essenciais — como roupas, eletrônicos e acessórios. É um golpe direto no orçamento doméstico, em meio à persistente inflação dos bens de consumo, que já sufoca quem menos tem.

Mas há um segundo alvo da irresponsabilidade fiscal: os Correios. Tratada pelo Planalto como vaca leiteira para cobrir rombos, a estatal agora sangra R$ 2,2 bilhões em perdas desde a implementação da taxa, com queda de 37% no faturamento internacional (relatório interno de abril/2025). Essa debandada não ameaça apenas a sustentabilidade financeira da empresarevela a miopia crônica do governo, que ignorou os efeitos em cascata em um serviço vital para regiões remotas e para a logística nacional.

Arrecadação frustrada e questionamento sobre a ‘justiça fiscal’

A mentira governamental de que a “taxa das blusinhas” inundaria os cofres públicos evaporou rapidamente. Até junho de 2025, a arrecadação acumulada mal ultrapassou R$ 1,9 bilhão, um valor pífio diante do rombo fiscal brasileiro e do potencial do e-commerce, que poderia ser explorado de forma inteligente em vez de punitiva.

 Fatores como a subestimação da elasticidade do consumo e o surgimento de rotas alternativas de importação explicam o fiasco, mas o cerne é a ineficiência: o governo esperava bilhões, mas colheu migalhas, enquanto os Correios amargam prejuízos que superam em dobro o ganho tributário.

Do ponto de vista da alegada ‘justiça fiscal’, a medida é um escândalo. Especialistas e pesquisas, como a da Atlas/CNN, rotulam-na como o “pior erro” do governo Lula, com 64% dos brasileiros considerando-a um equívoco que penaliza desproporcionalmente os vulneráveis, configurando um tributo regressivo que aprofunda desigualdades sociais.

 O próprio presidente Lula, em críticas públicas em junho de 2024, chamou a taxação de “irracional” e questionou sua penalização ao consumo popular, mas ainda assim a sancionou – uma contradição que alimenta a narrativa de um governo desconectado da realidade.

Quem ganhou: empresas nacionais pouco competitivas e com preços altos

Enquanto o povo e os Correios sofrem, um seleto grupo de grandes varejistas brasileiros colhe os frutos dessa proteção artificial. Empresas como Renner, C&A e Riachuelo viram seus lucros explodirem no segundo trimestre de 2025: a Renner reportou um aumento de 28,4%, enquanto C&A e Riachuelo superaram 130% em comparação ao ano anterior, impulsionadas pela redução da concorrência importada.

Essa transferência de renda beneficia indústrias nacionais de alta margem, mas à custa de preços inflacionados para o consumidor – um rearranjo que mascara ineficiências locais, como logística precária e custos elevados, sem promover verdadeira competitividade. Analistas apontam investimentos em tecnologia e canais híbridos pelas varejistas, mas o ganho é artificial, sustentado por uma barreira tarifária que o governo impôs sem fomentar inovação real.

Essa dinâmica reforça críticas de que o governo prioriza lobbies corporativos em detrimento da inclusão econômica. Então, um “brinde” aos vencedores. Enquanto o cidadão comum faz contas para fechar o mês e os Correios lutam para respirar, as grandes varejistas estouram o champanhe, celebrando lucros astronômicos. Essa é a mágica do protecionismo à brasileira: uma barreira criada sob o pretexto de salvar empregos, mas que na prática serviu para salvar balanços bilionários, forçando o consumidor a pagar mais caro por produtos menos competitivos.

O governo pode chamar isso de política industrial, mas soa mais como uma piada de mau gosto contada às custas de quem tem menos. A “taxa das blusinhas” não foi apenas um erro de cálculo. Foi um lembrete amargo de que, no Brasil, a corda ainda arrebenta para o mesmo lado. Arrebenta no lado do povo.

O governo precisa revogar imediatamente essa aberração tributária, parar de punir os pobres e focar em políticas que realmente gerem competitividade, não em artifícios que só beneficiam os poderosos.