A petroleira divulgou nesta quinta-feira (8) os resultados financeiros do segundo trimestre de 2024, revelando um prejuízo significativo de R$ 2,6 bilhões. Este desempenho contrastante em relação ao lucro robusto de R$ 28,7 bilhões no mesmo período do ano anterior, e levanta sérias questões sobre a eficácia da administração atual sob o governo Lula.
O prejuízo, o primeiro registrado pela estatal desde o auge da pandemia em 2020, reflete desafios profundos enfrentados pela empresa. Apesar disso, a Petrobras optou por seguir adiante com a distribuição de R$ 13,6 bilhões em dividendos aos acionistas, uma decisão que, embora bem-recebida no mercado, coloca em cheque as prioridades financeiras da companhia num contexto de resultados desfavoráveis.
Fatores alegados para o prejuízo
A empresa explicou que o prejuízo foi causado por uma série de “eventos extraordinários” que afetaram significativamente seu desempenho. Um dos principais fatores foi o pagamento de R$ 11,9 bilhões relacionados a um acordo com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para quitação de dívidas fiscais. Embora o pagamento tenha sido parcelado para mitigar o impacto no fluxo de caixa, a situação evidencia uma gestão fiscal que, sob o governo Lula, parece estar enfrentando dificuldades em evitar tais contratempos financeiros.
Além disso, a Petrobras sofreu um impacto de R$ 12,4 bilhões devido à variação cambial sobre suas dívidas internacionais, agravado por provisões adicionais de R$ 7 bilhões. Esses fatores contribuíram para um desempenho financeiro muito abaixo das expectativas do mercado.
Discrepância entre expectativa e realidade
O mercado esperava resultados mais favoráveis da Petrobras. O Prévias Broadcast, que compila as projeções de diversas instituições financeiras, previa um lucro de R$ 14,7 bilhões para a estatal no segundo trimestre. No entanto, a realidade foi bem diferente, com a receita atingindo R$ 122,2 bilhões, 5,4% abaixo do esperado, e a geração de caixa, medida pelo Ebitda, ficando em R$ 49,7 bilhões, 25,3% abaixo das previsões.
Essa discrepância entre o esperado e o obtido reforça as críticas à gestão da empresa sob o governo Lula, sugerindo que há uma desconexão entre as projeções e a capacidade de execução da atual administração. Com isso, surgem dúvidas sobre a habilidade do governo em gerenciar a Petrobras e assegurar que ela permaneça uma empresa lucrativa e competitiva.
Dividendos mantidos apesar da crise
Mesmo diante do cenário adverso, a Petrobras manteve a decisão de distribuir R$ 13,6 bilhões em dividendos, divididos em duas parcelas a serem pagas em novembro e dezembro de 2024. A manutenção desses pagamentos, apesar do prejuízo, indica uma tentativa da estatal de preservar a confiança dos investidores. Contudo, o uso de R$ 6,4 bilhões de reservas de capital para compor essa distribuição levanta preocupações sobre a sustentabilidade dessa prática no longo prazo, especialmente em um cenário de desafios financeiros crescentes.
Em síntese, a divulgação dos resultados do segundo trimestre pela Petrobras sob o governo Lula expõe fragilidades na gestão da estatal. A decisão de manter altos dividendos, mesmo diante de um prejuízo considerável, pode ter implicações significativas para o futuro da empresa e para a economia brasileira, sugerindo a necessidade de uma revisão das estratégias adotadas pela administração atual.