Em uma reviravolta que ilustra o contraste entre promessas de campanha e realidade governamental, o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sugeriu que brasileiros substituam alface por chicória para driblar a inflação. A declaração, feita durante crítica ao Banco Central em coletiva de imprensa, expõe o distanciamento entre o discurso eleitoral da “picanha para todos” e as soluções práticas apresentadas pela atual gestão.
A Promessa da Picanha
Durante a campanha eleitoral, o presidente Lula prometeu o retorno do “churrasco com cervejinha” à mesa do brasileiro. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que 72% da população acredita que o governo não está cumprindo esse compromisso de tornar esses produtos mais acessíveis. A decepção é generalizada, atingindo todas as classes sociais, com destaque para os evangélicos, onde a insatisfação chega a 79%.
Da Teoria à Prática
Enquanto o governo celebra que o atual salário mínimo permite a compra de 19,9 kg de picanha – um aumento de 800g em relação ao ano anterior – o Ministro do Trabalho sugere substituições mais modestas na mesa do brasileiro. A recomendação da troca de alface por chicória surgiu durante uma crítica ao Banco Central, quando Marinho argumentou que a instituição “escuta somente o sistema financeiro”.
O Paradoxo dos Preços
Ironicamente, a sugestão do ministro vem em um momento em que os dados da Conab mostram uma queda significativa nos preços das hortaliças. A própria alface registrou uma redução expressiva, com queda de até 46,49% em algumas regiões como Recife. O cenário contradiz a necessidade de substituição sugerida pelo ministro.
Meras promessas vazias
Em um momento em que o governo tenta justificar o não cumprimento da promessa da picanha acessível – com 74% dos brasileiros considerando “injusto” o aumento de impostos sobre produtos prometidos na campanha – surge uma pergunta fundamental: como um governo que prometeu abundância alimentar passou a sugerir substituições mais modestas na mesa do brasileiro?