Mulher de 29 anos morre após receber alta duas vezes mesmo atingida por bala perdida em Salvador

Taylane Alves Santana, 29 anos, morreu no último dia 12 após complicações causadas por um ferimento de bala perdida. O caso, ocorrido em Salvador/BA, reacende preocupações sobre a qualidade do atendimento emergencial na rede pública de saúde e levanta suspeitas de negligência médica, pois a vítima procurou atendimento médico mais de duas vezes, mas foi liberada após avaliações dos médicos.

A tragédia teve início na noite de domingo, 8 de junho, quando Taylane, acompanhada do marido e de uma amiga, aproveitava um momento de lazer em uma rua movimentada do bairro Pau Miúdo. Durante o passeio, foi atingida na região da virilha por um projétil que atravessou sua perna. Ela foi imediatamente socorrida e encaminhada ao Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF), onde, segundo relato familiar, recebeu atendimento básico e teve alta poucas horas depois, sem realização de exames aprofundados.

Família de Taylane alega erro médico

“Só disseram para ela tomar dipirona se a dor aumentasse”, afirmou Rodrigo, companheiro da vítima, em entrevista à TV Bahia.

Dois dias depois, na terça-feira (10), Taylane voltou a sentir dores fortes e começou a vomitar. Foi então ao Pronto Atendimento Maria Conceição Santiago Imbassahy, também localizado no bairro. Lá, realizou exames laboratoriais, mas novamente foi liberada após breve observação, sob justificativa de quadro estável.

Na madrugada de quinta-feira (12), o estado clínico de Taylane se agravou rapidamente. Com dores intensas e sinais de confusão mental, ela foi novamente levada ao Ernesto Simões. Na unidade, os profissionais identificaram um quadro de embolia pulmonar. A jovem morreu pouco depois do diagnóstico.

Mãe de três crianças, de 10, 8 e 6 anos, Taylane deixou para trás uma família em choque e sem respostas. O caso tem gerado comoção nas redes sociais e na imprensa local.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável pela gestão do Pronto Atendimento, confirmou que a paciente foi atendida e liberada “com base na estabilidade clínica apresentada no momento da consulta”.

Já a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), responsável pelo HGESF, não emitiu posicionamento até o momento desta publicação.