Léo Lins denuncia Bruno Lambert por desvio no My Fucking Comedy Club de Danilo Gentili

A Alameda Santos, nº 1518, costuma ser o epicentro das gargalhadas na noite paulistana. Mas, recentemente, o clima nos bastidores do My Fucking Comedy Club não teve nada de engraçado. Um point da comédia, erguido por Danilo Gentili para ser um reduto de liberdade irrestrita, tornou-se palco de um drama shakespeariano envolvendo lealdade, dinheiro e uma facada nas costas vinda de quem menos se esperava.

O caso ganhou repercussão em 21 de novembro, quando o canal oficial de Léo Lins no YouTube publicou o vídeo intitulado “Léo Lins – DANILO GENTILI TRAÍDO NOVAMENTE”, que atingiu mais de 400 mil visualizações em menos de 24 horas.

A mão que afaga é a mesma que apedreja?

Para entender a gravidade da denúncia, é preciso voltar a 2023. Naquele ano, Bruno Lambert viu sua carreira derreter após uma piada polêmica que lhe custou o emprego e a reputação. Enquanto o mercado lhe virava as costas e a “cultura do cancelamento” cobrava seu preço, Danilo Gentili fez o que costuma fazer com os “exilados” do humor: estendeu a mão.

Gentili não apenas deu palco para Lambert; deu-lhe as chaves de seu negócio. Contratado como gerente, Lambert passou a ter acesso irrestrito às operações financeiras do clube, além de receber investimento direto para criar seu próprio selo de produção. A narrativa, que deveria ser de redenção, virou um roteiro de crime.

Segundo a denúncia de Léo Lins, Lambert teria montado um sofisticado esquema de “rachadinha” e desvio de fluxo de caixa. A acusação é pesada: valendo-se da confiança de Gentili, que muitas vezes delega a gestão para focar na criação artística, o ex-gerente teria montado um esquema de desvio de recursos com alguns garçons.

O “Sherlock” do humor negro

A exposição do caso por Léo Lins não é coincidência. Lins, parceiro de longa data de Gentili no The Noite e nos palcos, assumiu o papel de denunciante. No vídeo divulgado dia 20, Lins desmonta a figura do “coitadinho” que Lambert tentou sustentar pós-cancelamento.

“Não foi um erro de cálculo, foi um projeto de enriquecimento às custas de quem te salvou da sarjeta,” sugeriu o tom da denúncia, que rapidamente viralizou em grupos de Telegram e fóruns de discussão.

A polícia entrou em cena na segunda quinzena de novembro. Viaturas discretas foram vistas na Alameda Santos, e fontes ligadas à investigação confirmam que provas materiais do esquema foram apreendidas.

O prejuízo financeiro, embora mantido em sigilo pelos advogados do My Fucking Comedy Club, é descrito por funcionários como “brutal”, capaz de comprometer o bônus de fim de ano de toda a equipe, garçons, técnicos e seguranças que agora pagam o pato pela ganância da gerência.

A ironia política e o silêncio de Gentili

O caso ganhou uma camada extra de complexidade nas redes sociais. Lambert, que foi acolhido por uma audiência majoritariamente de direita e libertária (crítica à corrupção estatal), agora é acusado de praticar, na iniciativa privada, exatamente o que esse público mais abomina na política: a apropriação indébita e a traição da fé pública.

Danilo Gentili, o maior prejudicado, mantém silêncio. Amigos próximos dizem que o humorista está menos preocupado com o dinheiro e mais devastado pela quebra de confiança.