Piracicaba, São Paulo – 26 de dezembro de 2024 – Um caso de extrema brutalidade chocou a cidade de Piracicaba durante o Natal, quando a pequena Maytê, de apenas um mês de vida, foi encontrada morta após sofrer graves agressões físicas. Os pais da criança, ambos com 26 anos, foram presos em flagrante na noite de Natal após apresentarem versões conflitantes à polícia.
Detalhes do Crime e Perícia
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) revelou um quadro brutal de violência, identificando a “síndrome do bebê sacudido” como causa da morte. A criança apresentava múltiplas lesões pelo corpo, incluindo fraturas no crânio, tórax, lesões nos glúteos e sangramento em órgãos internos.
A avaliação médica, incluindo exame de raio-X, revelou fraturas nas vértebras e no crânio do bebê, indicando um padrão consistente de maus-tratos. A delegada Juliana Ricci enfatizou que os ferimentos eram completamente incompatíveis com a versão apresentada pelos pais.
Circunstâncias da Descoberta
Quando o casal chegou à UPA Vila Cristina por volta das 9h da manhã de Natal, a bebê já apresentava rigidez cadavérica, indicando que o óbito havia ocorrido aproximadamente quatro horas antes. A equipe médica identificou imediatamente as diversas contusões e lesões tanto na cabeça quanto nas costas da criança.
O policial militar Pedro Miguel, que atendeu a ocorrência, relatou que a equipe médica constatou múltiplas contusões e lesões, tanto na cabeça quanto nas costas da criança. O caso ganhou ainda mais repercussão pelo fato do pai estar em liberdade temporária devido ao indulto natalino.
Investigação Criminal
Os delegados William Marchi e Juliana Ricci, da Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de Piracicaba, decretaram a prisão preventiva do casal após constatarem inconsistências nos depoimentos. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o crime pode ter sido motivado pela desconfiança do pai sobre a paternidade da criança.
O pai, que cumpria pena por tráfico de drogas, estava em saída temporária de Natal desde o dia 23 de dezembro quando o crime ocorreu. Inicialmente, a PM informou que o pai teria confessado as agressões, mas na delegacia, ambos mantiveram a versão do acidente doméstico.
A desgraça da “saidinha de natal”
O assassinato brutal da inocente bebê Maytê, de apenas um mês, por seu próprio pai, um criminoso contumaz que cumpria pena por tráfico de drogas, é mais um capítulo dantesco que expõe a perversidade do famigerado sistema de “saidinhas temporárias” no Brasil. Este assassino, beneficiado pela benevolência irresponsável da “saidinha de Natal”, usou a liberdade concedida pelo Estado para cometer um crime ainda mais bárbaro contra sua própria filha, um ser indefeso.
Embora os defensores das saídas temporárias argumentem que apenas 5% dos beneficiados não retornam à prisão1, este caso demonstra que as estatísticas não capturam a verdadeira dimensão do problema. Não basta contabilizar apenas os que não retornam – é preciso avaliar os crimes cometidos durante estas liberações.
Desdobramentos do Caso
O casal possui outros dois filhos, que foram encaminhados para a custódia do Conselho Tutelar. Uma perícia detalhada foi realizada na residência da família, onde foram colhidos indícios que confirmaram a autoria criminosa.
Após a audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. O caso está sendo investigado como infanticídio pelo setor de homicídios do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), e os pais permanecem detidos à disposição da Justiça.